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Neuroarquitetura para o varejo: projetos para conectar emoções à experiência de compra

28 de setembro de 2023Tempo de leitura: 4 minutos

Você já deve ter experimentado aquela sensação de entrar em um ambiente e a cor, a iluminação ou o aroma te conectar com experiências de algum momento da vida ou te levar à memória de outros lugares. Essa conexão não é por acaso. E existe uma ciência que estuda como o ambiente físico influencia a estrutura e o funcionamento de nosso cérebro: a neuroarquitetura.

O conceito foi criado a partir de pesquisas do neurocientista Fred Gage e do arquiteto John Paul Eberhard sobre como os ambientes são capazes de transformar certas capacidades e sensações cognitivas do cérebro humano. Os dois fundaram a Academia de Neurociência para a Arquitetura em 2003 e desde então o termo passou a ser utilizado oficialmente e tem se difundido entre profissionais de diversas áreas da arquitetura.

Com uso da ciência, é possível entender exatamente como a iluminação ou uma cor específica despertam reações no cérebro, com a medição por meio de ressonâncias, eletroencefalogramas e outras ferramentas que avaliam as respostas do corpo em determinadas situações, conhecidas como biofeedback.

Ao decifrar essas conexões, a neuroarquitetura permite planejar espaços para estimular o bem-estar e influenciar outras sensações, seja em projetos residenciais, corporativos ou comerciais.

 

COMO FAZER?

O desenvolvimento de projetos guiados pela neuroarquitetura considera aspectos sensoriais como cores, texturas, formas, iluminação e acústica para chegar a ambientes que promovam uma determinada resposta no cérebro, de acordo com o objetivo.

O conceito tem sido aplicado com frequência em projetos corporativos, como escritórios e coworkings, em que a ideia é usar o conhecimento sobre as conexões cerebrais com o espaço físico para desenvolver ambientes que influenciem a produtividade, eficiência e a criatividade.

Em hospitais, a ciência pode viabilizar a construção de espaços que promovam o conforto e o bem-estar; e em escolas, a neuroarquitetura permite criar locais que estimulem a criatividade, a concentração e o desenvolvimento de habilidades.

Na arquitetura comercial, a busca por ambientes sensoriais e que promovam uma experiência de compra imersiva tem direcionado projetos inovadores de design de varejo mundo afora há vários anos e a neuroarquitetura é uma nova aliada nessa tendência.

 

A arquitetura comercial é dinâmica e tem integrado inovações aos projetos constantemente. Estamos sempre em busca de promover experiências de compra completas e que ativem memórias afetivas nos consumidores. As contribuições da neuroarquitetura abrem um novo rol de possibilidades para o desenvolvimento de projetos comerciais”, pondera a arquiteta e CEO da VZ&CO, Vera Zaffari, que atua no mercado de arquitetura comercial há 30 anos.

 

As estratégias para conexão entre o cérebro dos consumidores e as lojas podem estar no layout, nas vitrines, na iluminação, na definição das cores e texturas e em outros elementos do projeto para provocar sensações e influenciar uma experiência de compra emocional. Confira, a seguir, 4 estratégias da neuroarquitetura utilizadas pela VZ&CO:

 

  • Iluminação

Fachada da Renner Tramandaí, projeto VZ&CO

 

A luz natural tem o poder de conectar ambientes fechados com o mundo exterior e promover a sensação de bem-estar de um dia iluminado e contato com o sol. A escolha de vidros e outros materiais permeáveis em fachadas e paredes de lojas é frequentemente utilizada para criar essa sensação.

 

  • Cores 

OficialFarma em Santo André (SP): paleta de cores neutra e elegante para flagship

 

As cores também impactam diretamente o cérebro e a percepção que criamos de um ambiente. Tons claros ampliam espaços e favorecem a tranquilidade e a concentração. Cores vibrantes estão associadas a criatividade e movimento, e tons escuros remetem à sobriedade e tradição. A escolha da paleta cromática de um projeto tem influência direta nas sensações que o ambiente transmite.

 

 

  • Uso de biofilia

Renner Esteio (RS): plantas e iluminação conectam loja à ambiente natural

 

A conexão com a natureza também desperta o cérebro para sensações positivas e o design de varejo tem buscado esse objetivo por meio da biofilia. O conceito é aplicado com o uso de plantas, água, luz natural e outros elementos para transformar lojas em ambientes parecidos a ecossistemas naturais.

 

  • Sons, aromas e experiências imersivas 

O cérebro também se conecta a experiências por meio de cheiros, sons e do tato. Aliadas a projetos de arquitetura comercial pensados para influenciar a percepção, ferramentas como trilhas sonoras exclusivas e aromas personalizados ajudam a traduzir a identidade de uma marca em sensações que o consumidor reconhece dentro e fora das lojas.

 

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