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Lições do varejo italiano capazes de atrair mais público para o seu shopping

16 de agosto de 2022Tempo de leitura: 4 minutos

O varejo, especialmente os shoppings, precisou se reinventar para se adaptar à nova realidade de mercado. Com o avanço da tecnologia e a transformação digital, o consumidor mudou e os negócios físicos estão focados em não ser somente pontos de vendas, mas sim espaços modernos que vão oferecer experiências inovadoras e totalmente voltadas para essa união do “físital”. E para estender ainda mais as pesquisas da VZ&CO sobre tendências de comportamento aplicadas à arquitetura comercial e de varejo, aproveitei a visita à Itália para entender, na prática, o que o varejo italiano tem feito de inovador para atrair o público aos espaços físicos.

 

É importante salientar que essa minha visão não tem a pretensão de ser abrangente e conclusiva, mas sim um relato do que vi de relevante, separados por setores de atuação da VZ&CO, e que pode ser aplicado para melhorar o funcionamento das lojas físicas e shoppings brasileiros. Lembre-se: não são fórmulas mágicas. São estratégias inteligentes dentro da arquitetura comercial para corresponder às necessidades do novo consumidor do varejo.  Veja:

Experiência do consumidor dentro dos shoppings

As melhores soluções de arquitetura comercial e de varejo são as que vão oferecer a melhor experiência ao público. E em uma das minhas visitas, me deparei com o City Life Milão — um complexo habitacional e multiuso que combina shopping, residencial e comercial em um só lugar. 

Localizado próximo ao antigo centro de Milão, o complexo, projetado por Zaha Hadid, tem traços de um Life Center ou espaços multiusos – conceito para se referir a empreendimentos que reúnem uma série de usos e  serviços em um só lugar. E se você ainda não conhece essa solução de arquitetura, eu posso explicar um pouco: em alta no mundo, esse tipo de negócio é um ótimo modelo de inspiração para projetos de shopping, com espaços que integram torres corporativas, prédios residenciais, serviços diversos, comércio, hotéis, centros médicos, escolas e muito  mais. As pessoas vivem, trabalham, consomem e se divertem num mesmo empreendimento, com muito conforto e segurança. 

Além de toda a modernização aplicável aos shoppings, modelos de Life Center são estrategicamente construídos em regiões com a economia ativa, com vasta infraestrutura e possibilidade de expansão. 

CityLife Shopping District

Com 32.000m² para abrigar bares, restaurantes, lojas, cinemas e um supermercado gourmet, o CityLife Shopping District me surpreendeu por ser um shopping onde todas as lojas estão operando muito bem, apesar deste momento complexo que passamos recentemente, em função do lockdown. Além disso, ele é dividido em três áreas: a galeria comercial em dois níveis cobertos (the mall), um open mall aberto  com a grande praça central (the square) e o eixo aberto para os pedestres (rua). E neste momento achei importante fazer uma análise sobre o sucesso deste empreendimento, porque é interessante compreender os reflexos das tendências do varejo de shopping para acompanhar esse setor em constante evolução.

Praça de alimentação – Além de funcionar como um ambiente de refeições, entrega uma estrutura adequada para trabalho e estudo. A arquitetura do shopping oferece uma infraestrutura completa, com acesso à internet rápida, tomadas, iluminação adequada e espaços aconchegantes. O dia inteiro me deparei com pessoas trabalhando, fazendo reuniões e trabalhos em grupo, gerando um fluxo recorrente dentro do shopping.  

Open mallno The Square, o projeto de shopping foi projetado para reunir lojas, cafeterias, bares e restaurantes dispostos em uma grande praça central. O legal é que essa parte contém características de um food hall, com mesas ao ar livre, espaços para shows, apresentações e eventos temáticos. 

Food hall em shoppings e espaços abertos – Já pensou em ter um lugar tranquilo para sentar, ler, trabalhar, se encontrar com os amigos, fazer compras e ainda se divertir com shows musicais e experimentar diversas experiências gastronômicas? Dentro da arquitetura comercial, existe uma solução inteligente para transformar a experiência do usuário: o food hall  — seção de lojas para oferta de diversas experiências gastronômicas. Trata-se de um modelo de negócio para oferecer lazer e entretenimento para os consumidores. 

Em Florença, eu encontrei o belíssimo projeto do food hall do II Mercato Centrale di Firenze. Com uma proposta bem interativa aos consumidores, ele está localizado no segundo andar do Mercado Central da Cidade e virou um ponto de atração turística para quem visita a região.

Espaço totalmente dedicado à alimentação e consumo, o ambiente conta com 3.000 m², 500 lugares e acomoda cerca de 12 operações – cada uma dedicada a uma especialidade culinária italiana, com produtos de altíssima qualidade, com a curadoria de chefs renomados. O interessante é que esse tipo de food hall preza pela experiência do consumidor, permitindo a observação do processo de cada produção, além de oferecer um espaço para degustação dos produtos. 

É um negócio que deu super certo e as características podem ser aplicadas em shoppings, dando mais “vida” às praças de alimentação como conhecemos hoje e fortalecendo os espaços para dar ainda mais lazer ao público.

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