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Centros de distribuição: A descentralização para maior agilidade

22 de julho de 2020Tempo de leitura: 5 minutos

Com o avanço da tecnologia, cada vez mais o modo de realizar compras está migrando do espaço físico para o virtual. Comprar online deixou de ser uma facilidade explorada apenas pelos não-ansiosos, aqueles não se importavam em esperar alguns dias para receber o produto adquirido. Hoje, o mercado varejista investe em espaços logísticos para agilizar o processo de entrega e, o que antes demorava dias para ser entregue, pode ser recebido até mesmo em poucas horas. 

E não é por acaso, pois o imediatismo é uma cultura já estabelecida socialmente. Os clientes não querem esperar e as grandes empresas, assim como os escritórios de arquitetura, estão tendo que se adaptar a essa nova realidade para atender a demanda. Um movimento adotado por elas é a descentralização dos transit points e centros de distribuição para ganho de agilidade — estratégia que permite o atendimento em armazéns avançados, facilitando e agilizando o processo de entrega.

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Além disso, a pandemia de Covid-19 e as medidas protetivas adotadas contra o vírus, como o distanciamento social, potencializaram as vendas por e-commerce no país. Em um cenário competitivo, empresas disputam por maior agilidade, qualidade, preço e fidelização dos clientes com seus produtos e serviços. A concorrência é cada vez mais estudada para assegurar vantagens e diferenciais que auxiliem na captação de novos clientes, além de manter os já existentes. Ter um planejamento de distribuição ágil é uma parcela muito importante para garantir a satisfação dos consumidores. Por isso, o transit point é uma estratégia eficaz para o varejo. 

Após a compra ser realizada e confirmada, o cliente começa a contar o prazo de entrega e a empresa, para ser bem avaliada, precisa entregar o pedido dentro do prazo estabelecido, com bom atendimento e sem defeitos. Uma tática muito utilizada são os centros de distribuição e a estratégia de Cross Docking – processo de logística criado para facilitar a entrega de mercadorias de modo contínuo e direto, reduzindo a necessidade de estoque e, consequentemente, gerando ganhos entre o custo, a armazenagem e o transporte. 

Para garantir maior eficácia, essas estruturas dispõem de locais estratégicos e de fácil acesso às principais rodovias, possibilitando o escoamento de mercadorias. Na prática, usar o sistema Cross Docking é uma solução econômica, organizada e eficiente para o varejista que deseja amplificar as entregas.

A descentralização das operações logísticas

Com o aumento de vendas online, as empresas notaram a importância de espaços menores e localizados em mais lugares, garantindo agilidade. Abrindo mão do modelo de uma matriz ou filial ter toda a operação e estoque concentrada nela, passaram a migrar para um modelo onde há um centro logístico aliado a pequenas unidades de distribuição.

O objetivo é criar um centro de logística responsável por controlar a operação de maneira geral de cada uma das pequenas unidades e deixá-las com as tarefas de âmbito operacional relacionadas à monitoração de vendas, estoque disponível e necessidade de reposição de produtos, tornando o processo logístico mais fluido e organizado. Além disso, eles têm espaços próprios para trabalhar e receber tarefas mais específicas como a negociação com fornecedores, gestão precisa e monitoramento dos níveis de estoque. 

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Outro ponto positivo é o ganho de velocidade e qualidade das entregas para as regiões Sul e Nordeste do país. Há pouco tempo, a maior parte dos envios partiam de São Paulo e Rio de Janeiro, o que acabava atrapalhando a qualidade de entrega para outras áreas do Brasil, que estão em constante crescimento. Ao descentralizar os locais de escoamento de mercadoria e posicioná-los em lugares de fácil escoamento, ganhando maior velocidade e qualidade, consequentemente, amplia-se a área de entrega e os custos são reduzidos.

Atingir o sucesso na redução de custos e na entrega é resultado de um sistema de distribuição bem elaborado e com um projeto de arquitetura eficiente para garantir o funcionamento dos espaços. 

Projetando um centro de distribuição utilizando BIM

A estrutura dos CDs e dos transit points tem um papel fundamental para suprir as necessidades das empresas e facilitar o fluxo de trabalho. Ambos devem ser versáteis, funcionais e econômicos. É pertinente explorar diferentes soluções no projeto arquitetônico, a fim de encontrar a que melhor se encaixa no segmento da empresa e suas especificidades. 

Atentar-se a alguns cuidados básicos como, por exemplo, o conhecimento sobre o tipo de mercadoria e forma de movimentação, é importante. Ter consciência para qual produto estamos projetando, define algumas características específicas de cada operação que reverberam no empreendimento. O peso, volume, valor, unidade de movimentação são alguns dos aspectos que precisam ser considerados no projeto de arquitetura do empreendimento.

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Um bom exemplo sobre a importância de conhecermos os detalhes da empresa, é a diferença do projeto de arquitetura de um centro de distribuição ou transit point, com foco em uma empresa de alimentos e outro em eletrônicos. 

O primeiro exige uma estrutura que permita um controle de temperatura, atenda um produto com curto prazo de validade e que necessita de autorização de um órgão específico como a ANVISA. Já no caso dos eletrônicos, o ponto principal é a segurança, pois os produtos possuem alto valor agregado e o risco de furtos é alto.

Usando a metodologia BIM, conseguimos simular, com agilidade, as diversas soluções para o projeto arquitetônico, a fim de encontrar a melhor e que atendam com excelência as necessidades do empreendimento. Além disso, o uso da metodologia na arquitetura como método de trabalho, possibilita uma melhor compatibilização, reduz gastos e desperdício de matéria-prima, auxilia na comunicação entre os profissionais envolvidos e preserva dados para manutenção e/ou futuras possíveis reformas.

Um projeto desenvolvido pela VZ&CO aliada à metodologia BIM foi o case de sustentabilidade: o Centro de Distribuição Himalaia. Nele, além de suprirmos as necessidades da empresa, buscamos a economia de recursos naturais a partir de soluções para minimizar a carga térmica, possibilitando menor consumo de energia, chegando a uma economia mensal de 20% e de soluções para uma economia de água de 49%. Conseguimos diferenciar, também, por meio do plano de arquitetura, detalhes como o reaproveitamento do calor excedente do ar condicionado para aquecer a água dos chuveiros dos funcionários.

Cada vez mais existirão novos contextos e desafios para nos adaptarmos. A transformação digital é uma grande aliada que nos acompanhará daqui para frente. Facilitando processos, mostrando outras possibilidades de resolvermos problemas, oferecendo às empresas pontos de melhoria em seus serviços e/ou produtos, atendendo aos desejos de seus consumidores e proporcionando maior conforto à eles. Nós, como escritório de arquitetura, acreditamos muito na união de mentes talentosas e tecnologia para enfrentarmos desafios.

Sua empresa está enfrentando esse processo e precisa de ajuda? Nós somos especialistas no assunto! 

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